L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

CARDIOPATIA CONGÊNITA E IMUNODEFICIÊNCIA EM PRÉ-ESCOLAR COM NOVA VARIANTE DE SIGNIFICADO INCERTO NO GENE NKX2-6- RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: O gene NKX2-6 é localizado no cromossomo 8 em humanos (8p21.2), conhecido por desempenhar um papel importante no desenvolvimento cardíaco, especialmente na formação das câmaras cardíacas. Relato de Caso: Masculino, 5 anos, pais hígidos não consanguíneos, antecedentes gestacionais: infecções urinárias de repetição, artéria umbilical única, diabetes mellitus gestacional com controle dietético. Parto cesáreo com 37 semanas devido a polidrâmnio. Ao nascer, diagnosticada Tetralogia de Fallot. Permaneceu internado por 11 meses, com complicações ventilatórias, infecciosas e cirúrgicas, recebeu imunoglobulina na ocasião. Avaliação imunológica à época foi negativa para deleção 22q11.2. TREC indetectável e KREC 103 molécula/µL (normal). Em internação subsequente, apresentou parada cardiorrespiratória com sequelas hipóxico-isquêmicas crônicas e epilepsia. Posteriormente, apresentou alterações hepáticas, que culminaram com hepatopatia crônica e esplenomegalia. À avaliação imunológica: linfopenia (T-B-NK+) e plaquetopenia, imunoglobulinas com níveis adequados. O sequenciamento genômico demonstrou variante c.362delp em heterozigose no gene NKX2-6, de significado incerto e sem descrição na população. Atualmente, paciente internado para recuperação nutricional, em uso de antibioticoterapia profilática. Discussão: Os genes homeobox estão hoje vastamente relacionados à gênese cardíaca. Na literatura atual, não encontramos correlação direta entre a mutação descrita e erros inatos da imunidade, especialmente quando esta encontra-se em catéter heterozigótico. Em revisão bibliográfica, modelos animais demonstram relação do gene NKX2-6 à formação tímica. A expressão de NKX2-6 é regulada positivamente por TBX1 e suas mutações com ganho de função, resultam no mesmo fenótipo das deleções 22q11.2 (Síndrome de DiGeorge). Tais fatos podem justificar as alterações imunológicas observadas. Ensaios “in silico” e “in vitro” poderão fornecer subsídios adicionais.

Área

Imunodeficiências

Autores

Ana Carolina Taveira Engler Raiz Coelho, Samara Vilela da Mata Nunes, Maria Carolina Guimarães Albertini, Larissa Lima Henriques, Daiane Andrion Venturin, Adriana Gut Lopes Riccetto, Marcos Tadeu Nolasco da Silva