L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Upadacitinibe e seu primeiro ano de uso na população brasileira: descrição de pacientes atendidos em serviço terciário

Resumo

INTRODUÇÃO: A dermatite atópica (DA) é uma doença complexa e multifatorial, que em formas moderadas a graves gera um impacto negativo na qualidade de vida. Novas terapias com maior eficácia, como o upadacitibe - um inibidor da JAK (IJAK), emergiram com a proposta de modificar a evolução natural da DA. Este estudo visa avaliar dados da prática clínica do primeiro ano do IJAK na população brasileira. MÉTODOS: Estudo baseado na revisão de prontuários de pacientes com DA moderada a grave que iniciaram o uso do IJAK em um serviço terciário de Imunologia e Alergia. Foram coletados dados epidemiológicos, comorbidades clínicas e alérgicas, terapias prévias, e da evolução clínica a partir da introdução da droga. Resultados: Foram incluídos 9 pacientes, sendo 77% do gênero masculino com média de 25 anos. O início da DA ocorreu com menos de 10 anos de idade em 88%. Em relação às comorbidades, 100% apresentavam rinite alérgica, 66% asma, 55% ceratoconjuntivite, 33% alergia alimentar IgE mediada, 11% esofagite eosinofílica, 44% comorbidades psiquiátricas e 33% autoimunidades (síndrome de Sjogren, tireoidite de Hashimoto e alopecia areata). As terapias sistêmicas previamente utilizadas foram ciclosporina (88%), metotrexato (44%), micofenolato (22%), dupilumabe (22%) e azatioprina (11%), tendo 56% usado mais de 1 terapia. Quanto ao Upadacitinibe, a média de idade e do SCORAD em seu início foram 25,8 anos e 65 pontos, respectivamente. A evolução do SCORAD com 4, 8 e 24 semanas foi de 41, 23 e 30 pontos, respectivamente. Os eventos adversos pelo IJAK ocorreram em 33%, com destaque para infecções por herpes simples (11%), herpes zoster (11%) e erupção variceliforme de Kaposi (22%). CONCLUSÃO: Mostrou-se eficaz e seguro no primeiro ano de tratamento em pacientes com DA grave, sendo a infecção pelo vírus herpes o evento mais frequente. Há a necessidade de monitoramento específico a fim de prevenir e tratar prontamente eventos adversos possíveis.

Área

Dermatite atópica e de contato

Autores

BEATRIZ COSTA TODT, Debora Demenech Hernandes, Wandilson Xavier Alves Junior, Paula Rezende Meireles Dias, Patricia Salles Cunha, Fabio Fernandes Morato Castro , Mariele Morandin Lopes, Allyne Moura Fé, Ariana Campos Yang