L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Agamaglobulinemia ligada ao X e vacinas vivas atenuadas

Resumo

Introdução: Erros Inatos da Imunidade (EII) favorecem eventos adversos graves (EAG) relacionados às vacinas vivas atenuadas, sendo estas contraindicadas nesta população. O objetivo é avaliar a frequência de eventos adversos (EA) a vacinas vivas atenuadas em pacientes com Agamaglobulinemia ligada ao X. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo através do levantamento de dados por análise de prontuários e carteira vacinal. Resultados: Dos 26 pacientes com diagnóstico de Agamaglobulinemia, 100% são do sexo masculino, com idade atual média de 24,8 anos e recebem reposição mensal de Imunoglobulina Intravenosa (IVIg). A mutação do gene BTK foi pesquisada e encontrada em 10 pacientes. A coleta do histórico vacinal foi possível em 15 (57,7%) deles, sendo que 13 (86,7%) realizaram vacinação para BCG, 4 (26,7%) para Febre Amarela, 3 (20%) para Rotavírus e 6 (40%) para Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola). Nenhum EAG foi observado nos pacientes que receberam as vacinas mencionadas acima. Em relação a Vacina Poliomielite Oral (VOP), temos comprovação vacinal de 7 (46,7%) pacientes, sendo que deste total, 2 (28,6%) evoluíram com paralisia flácida aguda (PFA) após vacinação, com diagnóstico confirmado de poliomielite associada à vacina oral (VAPP), 7,7% dos 26 pacientes estudado. O caso 1 de VAPP apresentou sintomas após a 2a dose da vacina VOP, não recebeu a Vacina Inativada da Poliomielite (VIP) previamente e mantém sequelas neurológicas até a idade atual (24 anos). O caso 2 já havia recebido 3 doses da VIP, com o evento após a 2a dose de VOP e detecção do vírus vacinal Sabin Like 3 no líquor. Neste caso, a PFA foi o primeiro sinal de alerta para Imunodeficiência. Conclusões: EAG relacionados a vacinas vivas atenuadas em pacientes com Agamaglobulinemia devem ser considerados e podem ser o primeiro sinal de alerta para um EII. A triagem neonatal pode ser ferramenta útil para o diagnóstico precoce de EII, evitando a exposição a vacinas vivas atenuadas e prevenindo EAG.

Área

Imunodeficiências

Autores

Stéphanie Kim Azevedo de Almeida, Ana Karolina Barreto Berselli Marinho, Ludmilla Masiero Silva, Thais Costa Lima de Moura, Mayra de Barros Dorna, Fabiana Mascarenhas Souza Lima, Octavio Grecco, Myrthes Toledo Barros, Jorge Kalil, Cristina Maria Kokron