L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

A asma grave não deve ser desprezada nos idosos

Resumo

Justificativa: Há uma perspectiva de envelhecimento da população mundial e de que em 2043 25% da população brasileira será de idosos. Nesta faixa etária, as comorbidades e os diagnósticos diferenciais são ainda mais confundidores da asma. Portanto, a asma nesta faixa etária implica em maior frequência morbimortalidade. O objetivo deste estudo foi avaliar os dados demográficos e frequência de atopia. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo com dados obtidos do registro em prontuário eletrônico de idosos, acima de 60 anos, asmáticos acompanhados num centro terciário de asma. Foram avaliados dados demográficos (gênero, idade atual, idade de início da asma e tempo de doença), gravidade da asma, atopia (através de IgE sérica específica e/ou teste cutâneo) e dados laboratoriais: IgE total e eosinofilia periférica.
Resultados: Avaliamos 260 pacientes sendo 83,8% do sexo feminino. Com uma média de idade de 70,6 anos (DP 7,6 anos), idade de início da asma de 27 anos (DP 17,9 anos), sendo que 11 pacientes (4,2%) iniciaram quadro de asma após os 60 anos e apenas 02 pacientes eram atópicos (18,2%). Em relação à gravidade da asma, 121 pacientes (47%) estavam no step 5 de tratamento. Do total, 173 (66,5%) eram atópicos, sendo 90,7% sensibilizados para ácaros, 14,5%, fungos, 37,6%, epitélios e 23,6%, baratas. A mediana de IgE total foi de 170 UI/mL (2,75-578,50 UI/mL) e eosinofilia sanguínea com mediana de 200 (0-4820 cel/µL). Dos 260 pacientes, 21 (8,1%) faziam uso de imunobiológicos, sendo, 10 deles recebiam omalizumabe e 11 recebiam mepolizumabe.
Conclusão: Em nossos resultados observamos que os idosos asmáticos apresentavam asma de início precoce, alta frequência asma grave e de atopia. Dois pontos importantes: 1º Será que pacientes com tratamento adequado na infância apresentariam menos asma grave na senescência? 2º A atopia foi frequente em nosso grupo, portanto, devemos valorizar essa investigação para que os pacientes tenham todas as opções terapêuticas adequadas.

Área

Asma e lactente sibilante

Autores

Irina Ewers, Stéphanie Kim Azevedo de Almeida, Jorge Kalil, Myrthes Toledo Barros, Pedro Giavina-Bianchi, Rosana Camara Agondi