L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Hiper IGM Ligada ao X com manifestação clínica grave e precoce: diagnóstico diferencial com SCID

Resumo

Introdução:
A síndrome de Hiper-IGM possui incidência estimada de 1/130.000 nascidos vivos, com vários defeitos genéticos identificados e manifestações clínicas heterogêneas. Frequentemente é subdiagnosticada ou apresenta diagnóstico tardio. Relatamos um caso de paciente com mutação em CD40L, que iniciou quadro clínico semelhante à síndrome de imunodeficiência combinada grave.

Relato do caso:
Paciente do sexo masculino, previamente hígido, nascido a termo, aos 4 meses de vida, internou por 17 dias devido pneumonia, com necessidade de oxigênio. Após 4 semanas da alta, apresentou nova pneumonia, com internação em UTI e intubação orotraqueal, com PCR para citomegalovírus positivo em sangue e aspirado traqueal. Evoluiu com choque séptico, além de PCR de 6 minutos. Teve alta após 24 dias, ainda em uso de valganciclovir. Apresentava timo normal na TC de tórax, imunofenotipagem de linfócitos adequada, NBT normal e IGM de 45 mg/dl (entre p75-p97). Por possuir IGG de 70 mg/dl, iniciou reposição de imunoglobulina. Em março de 2021, apresentou novo quadro de taquidispneia e foi internado, TC de tórax evidenciou pneumocistose, recebeu tratamento com sulfametoxazol + trimetoprim e prednisolona por 21 dias, com melhora completa do quadro. História familiar mostrou pais não consanguíneos, sem abortamentos ou mortes prematuras na família. Sequenciamento do genoma evidenciou CD40-ligante patogênico e diagnóstico de síndrome de Hiper IGM Ligada ao X. Mãe possui mesma mutação e família foi encaminhada para aconselhamento genético. Atualmente, está com 3 anos, clinicamente bem, segue em reposição de imunoglobulina e em avaliação para possível TMO.

Discussão:
Paciente do sexo masculino com infecções graves, recorrentes e por germes oportunistas, com hipótese inicial de SCID, porém com imunofenotipagem normal. Nesse caso, IGM era normal, não havia história familiar relevante e o exame genético foi primordial para o diagnóstico e abordagem terapêutica direcionada.

Área

Imunodeficiências

Autores

Nathalia Ventura Stefli, Soraya Regina Abu Jamra, Ana Cláudia Rossini Clementino, Gabriela Chiquete, Gabriella Lopes Rezende, Lais Fukuda Cuoghi, Laura Cardoso Brentini, Renata Gomes de Oliveira, Stephanie Zago Geraldino, Pérsio Roxo Júnior