L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Omalizumabe no tratamento da ceratoconjuntivite vernal: relato do caso

Resumo

Introdução: A conjuntivite alérgica é uma doença relacionada à hipersensibilidade do tipo I, na qual a IgE tem papel importante. O objetivo é relatar um caso de ceratoconjuntivite vernal (CCV) persistente grave com boa resposta ao omalizumabe.

Relato do caso: Masculino, 16 anos, atendido com história de rinite alérgica e CCV há cerca de três anos, não responsiva a anti-histamínicos orais e medicamentos tópicos, com queixa de fotofobia e prurido intensos e dificuldade escolar. Nega asma e dermatite atópica. Ao exame: hiperemia conjuntival intensa (escala de Efron: 4) e papilas gigantes bilaterais visíveis. Avaliação laboratorial: IgE total > 2000 KU/l, IgE específica D. pteronyssinus > 100 KUa/l, D. farinae > 100 KUa/l, B. tropicalis 55,30 KUa/l. Tratado com levocetirizina, fluticasona nasal, tacrolimus colírio e iniciada imunoterapia para ácaros, em julho/22. Em março/23, não apresentava controle, evolui com úlcera de córnea, além de absenteísmo escolar devido aos sintomas oculares. Foi indicado o uso off label de omalizumabe 300 mg 4/4 semanas e após quatro aplicações, o paciente obteve melhora clínica, sendo classificado como persistente moderado a leve, escala de Efron 2, tendo retornado às suas atividades cotidianas.

Discussão: A CCV é uma forma grave de doença alérgica comum em crianças e adolescentes do sexo masculino, na qual podem ocorrer papilas gigantes palpebrais, que levam a ceratopatia por trauma, com risco de diminuição da acuidade visual. Seu tratamento depende da extensão e gravidade da doença. O tratamento sistêmico é indicado em pacientes refratários a medicamentos tópicos, sendo que o omalizumabe, um anticorpo monoclonal anti-IgE foi uma boa opção neste caso devido à presença de comorbidade (rinite alérgica) e a fisiopatologia da doença. No entanto, ainda não foi estudado na conjuntivite alérgica fora da pesquisa sobre rinite alérgica e asma brônquica. Porém existem vários relatos de caso do seu uso na CCV, com controle total ou parcial.

Área

Rinite, rinossinusite, polipose nasal e alergia ocular

Autores

Laira Vidal da Cunha Moreira , Alice d'Avila Costa Ribeiro, Tatiana Guerra de Andrade, Gabrielle dos Santos Chataque, Mara Morelo Rocha Felix, Gabriela Andrade Coelho Dias