L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

O uso do Omalizumabe reduzindo o número e a gravidade das reações à indução de tolerância oral com leite de vaca

Resumo


A alergia alimentar IgE mediada gera prejuízo na qualidade de vida do paciente e oferece risco
de reações graves, como a anafilaxia. Durante a indução de tolerância oral (ITO) tais reações
podem ocorrer, levando por vezes à interrupção do tratamento. O uso do Omalizumabe prévio
ao protocolo de ITO pode ser um adjuvante minimizando o risco de reações graves e
aumentando a chance de tolerância.
Relato de Caso:
Paciente S. M. C. 16 anos, feminina, portadora de Asma e dermatite atópica, diagnosticada com
alergia a proteína do leite de vaca aos 4 meses de idade, após anafilaxia na introdução da
fórmula láctea. Manteve restrição alimentar, porém com 3 episódios de anafilaxia por contatos
acidentais. Iniciou acompanhamento no ambulatório de Alergia Alimentar aos 13 anos,
apresentando IgE total 346, IgEs específicas para leite de vaca 92,7 KU/L, caseína 90 KU/L,
alfalactoalbumina 23,8 KU/L e betalactoglobulina 10,3 KU/L. Em 2021 iniciou dessensibilização
para o leite de vaca, com uso de fexofenadina regular. Evoluiu com episódios anafiláticos com a
diluição de 1:10. Iniciado Omalizumabe 450mg neste momento, porém manteve episódios de
anafilaxia, não tolerando o aumento das doses do leite de vaca, com a interrupção do
tratamento.
Em 2023 foi iniciado o Omalizumabe, na dose 450mg, 8 semanas antes do início da ITO,
associado ao uso da Fexofenadina 180mg/dia. A paciente evoluiu sem qualquer reação durante
o tratamento e encontra-se dessensibilizada.
A indução de tolerância oral é um tratamento oferecido para pacientes com anafilaxia a
alimentos. Durante a dessensibilização o risco de reações é elevado, levando à sua interrupção
em alguns casos.
Estudos mostram que o uso do Omalizumabe pode reduzir o número e a gravidade a reações
durante o tratamento.
A paciente utilizou a droga em dois momentos: numa primeira tentativa, quando foi iniciada durante o curso do protocolo (sem sucesso) e dois anos após, onde iniciou Omalizumabe 8
semanas antes, conforme descrito na literatura, com sucesso.

Área

Alergia Alimentar

Autores

Gabrielle Chataque, Tatina Guerra de Andradew, Daniele Azevedo Lemos Brito, Natalia Rocha do Amaral Estanislau, Lika Nishimori, Gabriela Dias, Fábio Kuchnir, Denise Pedrazzi, Maria Inês Perelló, Eduardo Costa