L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Eosinofilia esofágica em alergia à proteína do leite de vaca: desfechos de um estudo longitudinal

Resumo

Introdução: A Esofagite eosinofílica (EoE) é prevalente em pacientes com alergia alimentar, mas ainda não está claro se nesta associação há um endótipo distinto de EoE. Este estudo objetivou caracterizar a eosinofilia esofágica (EE) em crianças acompanhadas com alergia à proteína do leite de vaca mediada por IgE (APLV-IgE).
Métodos: Estudo prospectivo, que incluiu pacientes com APLV-IgE entre 6-18 anos. Todos foram interrogados sobre sintomas esofágicos e submetidos a exames séricos e endoscopia digestiva alta (EDA) com biópsia. Na presença de EE ≥ 15 eos/hpf, foi realizada uma segunda EDA após, pelo menos, 8 semanas de tratamento se EoE, ou 1 ano de seguimento sem intervenção, se eosinofilia esofágica assintomática (EEa). Para análise comparativa foram utilizados os instrumentos PEESS, EREFS e EoEHSS considerando sintomas, achados endoscópicos e histológicos, respectivamente.
Resultados: Foram incluídos 33 pacientes (19 M), com idade média de 8,75 anos. Anafilaxia ao leite de vaca (LV) foi relatada por 87,8% da amostra. A EE foi identificada em 15 (45,4%) pacientes — 7 /15 com EoE e 8/15 com EEa. O grupo EoE apresentou idade média mais alta (p=0,03) e maiores valores de IgE-específica para LV e caseína (p=0,02 e 0,008, respectivamente). O escore total do PEESS foi maior nos pacientes com EoE (p=0,01), destacados os domínios de disfagia e dor. Os escores EREFS e EoEHSS não tiveram diferenças significativas entre pacientes com EoE ou EEa. Seis pacientes com EoE alcançaram remissão clínica e histológica com omeprazol. Nos pacientes com EEa, 6 permaneceram assintomáticos após 1 ano de acompanhamento, 2 mantiveram EEa e 1 desenvolveu EoE.
Conclusões: A triagem clínica para EoE é essencial em pacientes com APLV-IgE, especialmente em crianças mais velhas e com valores mais altos de IgE-específica. Similaridades histológicas entre pacientes com EoE e EEa, associado a uma evolução mais favorável, podem sugerir um fenótipo mais leve de EoE em pacientes com APLV-IgE.

Área

Alergia Alimentar

Autores

BRUNA PULTRINI AQUILANTE, ANTONIO CARLOS PASTORINO, MAYRA DE BARROS DORNA, SILVIA REGINA CARDOSO, ROSELY ANTUNES PATZINA, RICARDO KATSUYA TOMA, ANA PAULA BELTRAN MOSCHIONE CASTRO