Dados do Trabalho

Título

Avaliando a reatividade cruzada entre peixes

Resumo

Introdução: O peixe é descrito entre os mais comuns alérgenos alimentares. As reações podem ocorrer após a ingestão, contato ou inalação de vapores por indivíduos sensibilizados. A principal conduta é restringir o alimento da dieta, evitando exposição ao mesmo. No entanto, o peixe é fonte nutricional importante e nem todos os alérgicos a peixe o são a diferentes espécies.

Relato de Caso: C.O.S, 9 anos, sexo feminino, branca, natural e procedente de São Paulo. Antecedente pessoal de asma e rinite alérgica. Ingeria previamente peixes sem reações, quando aos 7 anos, apresentou urticas disseminadas e dispneia notadas 4 horas após consumir cação pela primeira vez. Procurou atendimento de emergência, sendo medicada com anti-histamínico. Obteve melhora da dispneia na primeira hora e das urticas, 3 dias após medicação. Dois meses após, ingeriu novamente cação e apresentou urticas disseminadas após 2 horas. Obteve melhora com anti-histamínico e interrompeu o consumo de todos os peixes. Negava a presença de cofatores. Houve indisponibilidade de IgE sérica específica para peixes e parvalbumina. Realizado prick to prick com os seguintes resultados: controle negativo (0 mm), controle positivo (7x6 mm), salmão cru (0 mm), Saint-Peter cru (0 mm), cação cru (5x4 mm), cação cozido (0 mm). O teste de provocação oral com salmão grelhado resultou negativo. Foi liberado o consumo de peixes ósseos e mantida restrição de peixes cartilaginosos, não apresentando mais reações

Discussão: diversos componentes alergênicos de peixes já foram descritos, mas nem sempre exames relacionados estão disponíveis na prática clínica. O prick to prick aliado ao teste de provocação oral se mostraram ferramentas úteis para elucidar a reatividade cruzada entre peixes e estabelecer uma dieta menos restritiva, com menor prejuízo nutricional e de qualidade de vida.

Área

Alergia Alimentar