L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Registro Brasileiro de Angioedema Hereditário (REBRAEH): Resultados dos primeiros 283 pacientes

Resumo

Introdução: Angioedema hereditário (AEH) é uma doença rara com herança autossômica dominante. Métodos: Registro multicêntrico de pacientes brasileiros com AEH foi estabelecido, e pacientes tiveram seus dados incluídos na plataforma REDCap por médicos especialistas. Resultados: 283 pacientes com AEH (69,3% do sexo feminino) foram incluídos até o momento. 216(76,6%) pacientes têm diagnóstico de AEH-C1-INH (65 com variante identificada em SERPING1) e 66(23,4%) têm AEH com C1-INH normal (54 com variante identificada em F12). 91,9% são sintomáticos e 70,8% já tiveram pelo menos 1 crise grave. 119(47%) apresentaram crises laríngeas, e 1/5 pacientes falecidos teve óbito por crise de angioedema. Fatores desencadeantes mais comuns foram estresse (67,5%) e trauma(54%). A mediana de crises/ano antes do tratamento foi de 10 (interquartis 3-20). 74,2% necessitaram de atendimento em Pronto-Socorro e 10,3% internação em UTI. No grupo total, tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico de AEH foi de 12,5±12,8anos; entre os 41 pacientes abaixo de 18 anos foi de 0,8±3,3anos. 131/253(51,8%) pacientes que realizaram tratamento para crises de AEH utilizaram medicamentos de primeira linha. Dentre 230 pacientes que utilizaram profilaxia a longo prazo, apenas 19(8,3%) utilizaram terapias de primeira linha; 74,3% utilizaram andrógeno atenuado, com 27,3% de eventos adversos. Dentre os menores de 18 anos, 80,5% são sintomáticos; 57,6% já tiveram 1 crise grave; 21,2% tiveram pelo menos 1 crise laríngea e 84,8% dor abdominal; 36,7% utilizaram terapia de primeira linha para crises. Apenas 12,1% fizeram profilaxia a longo prazo com terapias de primeira linha; 66,7% utilizaram ácido tranexâmico e 30,3% nenhuma profilaxia. 42/152 pacientes (27,6%) tiveram AECT<10 nos 3 meses previamente à inclusão no Registro. Conclusão: O diagnóstico e o tratamento das crises parecem ter melhorado no Brasil, entretanto a profilaxia a longo prazo ainda é um desafio para pacientes brasileiros com AEH.

Área

Urticária e angioedema

Autores

José Eduardo Seneda Lemos, Mariana Paes Leme Ferriani, Fernanda Leonel Nunes, Pérsio Roxo Júnior, Gabriela Andrade Coelho Dias, Fernanda Gontijo Minafra Silveira Santos, Faradiba Sarquis Serpa, Fernanda Casares Marcelino, Jane da Silva, Herberto José Chong Neto, Rozana de Fátima Gonçalves, Régis de Albuquerque Campos, Pedro Francisco Giavina-Bianchi Junior , Eliana Cristina Toledo, Iramirton Figuerêdo Moreira, Solange Oliveira Rodrigues Valle, Marina Mendonça Dias, Davi Casale Aragon, Luisa Karla Arruda, Anete Sevciovic Grumach