Dados do Trabalho

Título

Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com dermatite atópica grave acompanhados em centro de referência do DF

Resumo

A.Introdução: A forma grave da dermatite atópica (DA) tem uma prevalência estimada de 10%. Do ponto de vista clínico a DA grave é aquela resistente ao tratamento com a terapia tópica e fototerapia e que está associada a um impacto na qualidade de vida do paciente. A Academia Europeia de Dermatologia define DA grave aquela com o SCORAD > 50 para a qual a terapia sistêmica é recomendada. Objetiva-se traçar o perfil epidemiológico e clínico de pacientes com DA grave acompanhados em ambulatório de referência.
B.Métodos: Estudo observacional,descritivo e retrospectivo, que analisou dados coletados do prontuário médico de pacientes atendidos desde 2019.
C. Resultados: Foram incluídos 29 pacientes, com idade entre 4 e 40 anos (média:15,5 anos), sendo 65,5% do sexo masculino. A idade média de início da DA foi de 3 anos e 3 meses. O SCORAD da consulta inicial foi em média 55.5. A terapia sistêmica foi indicada para 100% dos pacientes e atualmente 79.3% ainda a estão utilizando. Sobre os fármacos, 65,5% dos pacientes utilizaram Metotrexato, 34,4% Dupilumabe, 34,4% Ciclosporina e 10,3% Upadacitinibe, sendo que 34.4% fizeram uso de mais de um fármaco. Dos pacientes estudados, 20,6% estão sem tratamento sistêmico por melhora clínica.
D.Conclusões: O advento dos biológicos e inibidores da JAK mudou o curso e manejo da DA grave com terapias mais seguras e com excelentes resultados clínicos, mas o alto custo dessas terapias e a falta de incorporação pelo SUS fizeram com que centros de referência em DA grave fossem implantados para a otimização do tratamento no âmbito público. O estudo mostra que os imunossupressores ainda são as terapias sistêmicas mais utilizadas no SUS e que, apesar dos efeitos colaterais e eficácia menor, os pacientes apresentam benefício clínico com o uso destes medicamentos.

Área

Dermatite atópica e de contato